26 de fev. de 2009

O circuito

Sexta-feira de carnaval, dia 20 de fevereiro, seis da tarde. Hora da ação. Tudo muito simples: celebrar a vida, dançar, fazer acontecer. Simples e complicado. Fazer qualquer coisa no carnaval de Salvador, mesmo tão pequeno como o CURTO CIRCUITO, não é simples porque as expectativas são tão exageradas quanto as dimensões do carnaval soteropolitano. "Fica tranquila, no começo é sempre assim, ano que vem vem mais gente".

A expressão "tão pequeno" não significa pra gente algo simbolicamente "menor", pelo contrário. Queremos ser exatamente isso: pequenos, artesanais, verdadeiros - queremos simplesmente experimentar formas de celebração.

Não é nada demais o que fizemos no CURTO CIRCUITO: alugamos um carrinho de café com equipamento de som e saímos dançando pelas ruas do Rio Vermelho como se ele fosse nosso trio, nosso sound system móvel. E durante o circuito, poesias em forma de confetes, cartazes, grafites, passos de danças. Dividimos o aluguel do carrinho e tivemos nosso trio elétrico particular. Qualquer grupo de amigos pode fazer isso.

E fomos pra rua assim: com o espírito de liberdade e o desejo de experimentar, por isso não queremos crescer, aparecer, nada. Queremos apenas celebrar a vida e soprar momentos de pureza no carnaval mercantilista de Salvador!

Aos poucos, as pessoas foram chegando e se animando com o movimento. A midialouca, loja de cds e dvds, foi nossa base de apoio. Mesas na rua, isopor com cerveja, o buxixo estava começando. Lá pelas sete da noite começamos a 1ª volta do circuito: Fonte do Boi e Rua do Meio. Éramos umas vinte pessoas - algumas diziam "olha, não liga não, no começo é assim mesmo, pequeno, depois cresce. O circuito Barra-Ondina começou assim". Mas nós não queríamos o circuito Barra-Ondina, queríamos um curto circuito!

Mais pessoas foram chegando, moradores desceram dos apartamentos e até Sora, roqueira de carteirinha, dançou no nano trio. Na 2ª volta aumentamos o circuito e fomos até o Largo da Mariquita. O triozinho passava e despertava atenção, risos e flashs.

Os confetes de poesia eram atirados pro alto e disputados como se fossem bilhetinhos da sorte. Muito massa. Viva Karina!

Durante o circuito, as marcas do curtocircuito se espalhavam por postes, tapumes, entulhos, paredes e pedras.

Com a proteção dos deuses que governam as ruas, nossos erês Nina (Xineném) e Levi brincaram felizes no CURTO CIRCUITO.
Lá pelas dez da noite, o som começou a perder o volume. Pergunto porque. "A bateria, dona Ana, essa música alta puxa muito a bateria...". "Tá vendo?". Mas já estava na hora de liberar o cara - ele tinha que pegar o ônibus de volta pro Lobato, periferia de Salvador. Fizemos uma vaquinha entre amigos e pagamos o aluguel do carrinho (R$ 150,00)

De alma lavada, nos despedimos, já querendo que o próximo ano chegasse logo.

E foi assim, sem cordas, sem camarotes, sem muita grana, mas com muita vontade, que o CURTO CIRCUITO se jogou nas ruas do Rio Vermelho: livre, artístico, pop, curto, intenso, rápido, perene.

Vida longo ao curto circuito!!!!

3 comentários:

Anônimo disse...

Só quem tava lá pode ver e sentir tudo isso que Dumas falou...Um curto circuito na alma de contentamento.
Salve salve a sua existência!!!!
Andreia Prado

Anônimo disse...

Tive uma passagem rápida por lá, pois com toda a energia que a galera estava pensei em poupar mais a minha para o desfile nos Filhos de Gandhy. Adorei a idéia e parabenizo a conterrânea e querida amiga Aninha Dumas pelo brilhante desfile.
AJAYÔ!!!!... E até o próximo ano com Xinenem fantasiada de bailarina e Andréia Prado no vocal da banda "Carrinho de Café".

Já tô até ensaiando: "Atraz do cafezinho só não vai quem já morreu...".
Aí Déa, ja podia ir fazendo uma música tema para o Curto Circuito 2010, quem sabe da fonte do boi chega a avenida e aí tomamos da Ivete o titulo de melhor musica do carnaval do ano que vem. rsrsrsrs...

ana dumas disse...

and e irmar,
as presenças de vcs é que foram um estímulo a mais pro curto circuito!!! nina, então, nem se fala...
salve a XIfamília mais linda do planeta!!!